segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A CAPITAL DAS DESIGUALDADES



   Os noticiários com frequência tem mostrado os vários problemas enfrentados pelos moradores da Estrutural, que convivem com problemas graves de infraestrutura, saúde entre outros decorrentes do "lixão" localizado na cidade. Atualmente, a maior parte do lixo produzido no DF é levado para o lixão da Estrutural, que já acumula mais de 30 milhões de toneladas de resíduos. E os problemas só aumentam dando a impressão de invisibilidade diante das autoridades. A falta de conforto e segurança dos moradores não são os únicos problemas enfrentado diariamente, questões mais graves como o preconceito são vivenciados pelos moradores da Estrutural. Para falar sobre a indignação dos moradores que convivem com a dura realidade da cidade convidamos dois líderes comunitários para uma entrevista, o Germano Guedes e o Paulão que gentilmente respondeu nossas perguntas:



 
 Germano Guedes 

-Como morador acha que a cidade oferece qualidade de vida ?
Germano Guedes - A cidade Estrutural tem hoje cerca de 52 mil habitantes. Como todas as cidades tem seus pontos negativos e positivos. Alguns fatores que deixam a desejar são a falta de infraestrutura, pois os governos não tiveram o cuidado de fazer um serviço de boa qualidade como por exemplo, o péssimo asfalto e das redes pluviais, que causam alagamentos em épocas de chuva. Outro ponto que colabora para a falta de qualidade de vida na cidade, é o fato da própria população não ter conscientização de que deve se portar de forma social, respeitando o meio ambiente e o espaço um do outro. A consequência disto é que temos uma cidade suja, poluição sonora em determinados horários da noite, pedestres que não respeitam as vias, transitando pelo meio das ruas atrapalhando o trânsito dos veículos. Tudo isso é decorrente da cidade ter sido criada sem um projeto urbanístico adequado. Dessa forma o governo deve implantar sinalizações, melhorar a qualidade do asfalto (esburacados), adequar as bocas de lobos proporcional ao tamanho da população para evitar os alagamentos. E ainda, fazer um trabalho de conscientização com a população para que a mesma mude seus hábitos, cuidando mais da cidade e usando o bom senso para não ultrapassar certos limites, mantendo a boa convivência social.

-Com saída do lixão você acha que a descriminação acabará?


 
 Paulão Batista 

Paulão - Não, pelo modelo que o Governo do Distrito Federal – GDF apresenta para o fechamento do lixão da Estrutural com a parceria pública privada será um caos. Milhares de trabalhadores ficarão desempregado, e muitos sem chance de retorno ao mercado de trabalho. Na parceria privada pública o GDF apresenta a construção de um aterro sanitário em samambaia que irá durar apenas 10 anos, e, ainda com vários agravamentos, ente eles: três nascente, e o colégio com mais de 40 anos no local caso o GDF insista nesta implantação teremos a maior crise social do Distrito Federal, ai sim que a cidade Estrutural será discriminada.

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