Apelo ao órgão defensor do Meio Ambiente
Hanry Alves Coelho
Diretora Regional do IBAMA/DF
Senhora Henry Alves Coelho, diretora regional do IBAMA, Eu Adoaldo Dias Alencar, morador e representante da comunidade Estrutural, em especial o Setor de Chácaras Santa Luzia, estive em seu gabinete dia 22/09/2008, por volta dás 10 horas da manhã, na oportunidade solicitei de uma servidora uma audiência com Vossa Senhoria, e que posteriormente eu fosse comunicado através de uma resposta referente ao assunto.
O objetivo da minha solicitação deve-se ao fato de formalizar denuncia contra os órgãos: SEDUMA; CODHAB; SIVI-SOLO; Secretaria de Estado da Agricultura e Administração da Cidade Estrutural.
Informo que, os órgãos em supra vêem pressionando psicologicamente a todos moradores já por longo período, para que se cumpra o acordo celebrado entre o IBAMA e o Banco Mundial, no intuito de urbanizar a Cidade Estrutural. Informo ainda, que nós moradores somos a favor do projeto de urbanização da nossa cidade, mas não concordamos com a forma truculenta que os agentes do governo e Administração Regional estão conduzindo o processo. Tal processo tem como objetivo, apenas intuito de desocupar a área, o qual se aproveita da desinformação dos moradores, que a todo instante estão ameaçados, e que não assinarem o Termo de Adesão, o qual vale ressaltar, só compromete os moradores. Caso isto não aconteça, as maquinas passarão em cima de tudo, como de fato, está expresso na ata em anexo ao documento.
A nossa revolta, angustia e medo, na condição de moradores, sobre os fatos anteriormente narrados é com a falta de divulgação das atitudes irresponsáveis que estes órgão estão praticando, e tão pouco, existe a atuação dos agentes fiscalizadores, que tem como principio a defesa do cidadão que ali reside aproximadamente 12 anos.
Vale ressaltar, que onde estamos sediados é a mesma área da Cidade do Automóvel, com com um detalhe. Nós chegamos antes da criação da referida cidade, uma vez que, o IBAMA e os demais órgãos declararam que a nossa área é de preservação ambiental, fica o seguinte questionamento: Quem causa mais danos ao meio ambiente? Nós humanos que habitamos e cultivamos a terra, ou as grandes concessionárias e revendendoras de automóveis que lançam diariamente grandes quantidades de óleo e produtos utilizados na lavagem e manutenção dos veículos ali comercializados.
Sinceramente não queremos acreditar que o Estado nos vire as costas, com a desculpa de sermos pobres, enquanto que, por outro lado favorece grandes empresários, e nos desfavorece, apenas como agressores do meio ambiente, quando o que, o queremos é apenas o direito de morar bem, para viver em paz e com dignidade. Somos a favor da preservação do meio ambiente, temos o conhecimento de que se não preservamos, em um futuro próximo não poderemos desfrutar das nossas reservas naturais, das quais dependemos independentemente de sermos pobres, ou não.
Ser pobre financeiramente senhora Henry, não defeito é apenas um fenômeno da natureza, uma coisa que pessoa alguma pediu para ser, já que somos parte da natureza.
Gostaria de salientar que, segundo o Projeto Brasília Sustentável e o Banco Mundial, as remoções deveriam ser feitas posteriormente à construção das casas com toda infra-estrutura e saneamento básico para todos os moradores e chacareiros mencionados, proporcionando assim condições humanas para a desocupação das nossas atuais moradias.
O que está acontecendo fere totalmente o acordo celebrado, com o GDF. que Esta retirando as pessoas de suas moradias sem o menor respeito, os moradores já retirados estão sendo alojados em tendas do GDF, no meio do cerrado lá no Recanto das Emas, onde estão ao relento, por conta do Sol da Chuva e do Vento, e muitos deles aproveitaram os restos dos barracos e casas demolidas na área em que eles habitavam. Na demolição das moradias, eles demolidores não respeitaram se quer às arvores das áreas desocupadas. Os quais passaram as máquinas em cima de tudo, chegando ao ponto de degradar todas as árvores com as derrubadas.
Mais uma vez fica o questionamento: se eles demolidores não pouparam se quer as vidas humanas, quanto mais o que se diz natureza ambiental. Daí já não sabemos se o meio ambiente vai resistir à tamanha depredação e falta de respeito com a mãe natureza.
Para finalizar, rogamos a Vossa Senhoria providências, que se fizerem necessárias, para o cumprimento do acordo celebrado, e que a preservação do meio ambiente, seja cuidado, não só pelos que dizem ser defensores do meio ambiente, mas também que seja uma obrigação de todos nós, como de fato zelar pela dignidade de todos, conforme recomenda à Constituição Brasileira.
Atenciosamente,
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Adoaldo Dias Alencar
Séc. Geral da Prefeitura Comunitária Reg. da Cidade Estrutural
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