sábado, 30 de março de 2013

O “DESABAFO”



O “DESABAFO”

Cara Amiga, li seu desabafo e não me assustei nem um pouco. Na qualidade servidor público federal há trinta anos, o que mais me deixa inconformado com a política em defesa da qualidade de vida das pessoas é justamente a falta de respeito com a dignidade alheia, que esses que se dizem ser nossos representantes tem para com a classe trabalhadora.
É uma vergonha nacional a maneira em que as pessoas estão sendo tratadas pelas autoridades governamentais.
Não acredito que tenha uma pessoa mais inconformada que eu, nesta questão.
O que mais me aborrece nestes trinta anos de serviço público é saber que quem não concorda com as falcatruas que contribuem com a corrupção é expurgado do local de trabalho; tipo o aconteceu comigo, há uma semana.
Sou cedido para o GDF e há três anos trabalhava no Centro de Saúde da Cidade Estrutural, totalmente infeliz com a forma que eu era tratado, principalmente pela classe chefe. 
Porque eu era infeliz no meu local de Trabalho? Por causa da indiferença que era passada a mim, pela tal chefia.
Porque isso acontecia? 
No meu ponto de vista e de pessoa racional, esta aberração acontece justamente por que não existe a prática do direito de igualdade, conforme recomenda à Constituição Brasileira e isso só é possível, graças a tão famosa democracia, que eles tanto pregam. Democracia esta, que é somente válida para eles que a inventaram.
Quando falo que eles inventaram a democracia apenas para eles mesmos é porque eu não me sinto num país democrático e sim num Estado de obrigações forçadas, por que se assim não fosse seríamos livres, inclusive, com o direito de votar, não em quem quiséssemos, mas se quiséssemos e isto não acontece.
Porque isto não acontece? Certamente porque ainda somos do país da escravidão de branco. Escravidão esta, que ainda somos obrigados a contribuir conivência da irresponsabilidade governamental e ainda temos que fingirmos, que somos verdadeiros cidadãos de bem.
Ainda bem, que nossas vidas apesar de serem dominadas pelos homens da má vontade; Deus ainda é misericordioso para conosco. Porque se não fosse o nosso Deus todo poderoso, nem o direito a vida teríamos. 
Esta herança maldita do coronelismo nunca vai acabar. Não porque não queiramos, mas porque não há como renovarmos os três Poderes da República Federativa do Brasil. Porque isto depende do nosso voto e em quem confiamos ao creditamos nosso voto, não é capaz de se prezar com dignidade para valorizar o nosso crédito como deveria.
O povão, de maior potencial de poder que tem nas mãos deveria na verdade fazer o que o povo de antigamente fazia, que era sair às ruas, lutando contra maldita e cruel ditadura, para se libertar de um regime covarde, perverso e criminoso, que era imposto à condição de vida das pessoas, como de fato até hoje ainda existe este tipo de regime; apenas com um outro título; a famosa democracia que eles tanto iludem, àqueles que não sabem nem que direito tem como cidadão, quanto mais o que é democracia.
Pode até ser que esta situação venha a se reverter. O que acho muito difícil. Isto porque parte das pessoas que lutaram pela tal democracia existente hoje; estas não estão vivas para usufruírem de um direito que elas conquistaram. O que resta apenas são as lembranças através das Memórias de Arquivos Públicos.
Este texto é da autoria do Adoaldo Dias Alencar. 
O Duda de Frente com a Comunidade, o Repórter da Cidade Estrutural/DF.
O mesmo foi inspirado através do desabafo de uma turista que veio conhecer os palácios da Capital Federal, a qual diz que ficou decepcionada, com a eleição do presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados Federais. 
Em 18 de Março de 2013.

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